Nasceu em Vladívostok, na Rússia, em 1918. Filho de uma russa e de um diplomata norte-americano, até a adolescência morou em Moscou, partindo depois com a família para os EUA, onde estudou inicialmente na Stuyvesant High School, em Nova York.
Graduou-se em engenharia mecânica e física no Stevens Institute of Technology. Esteve na Segunda Guerra Mundial por dois anos. Na volta estudou matemática aplicada, dentro de um programa governamental para ex-combatentes.
Em 1948, ingressou na Fundação Rand, grupo de especialistas criado pela Força Aérea. Na Rand, participou de uma pesquisa operacional que, entre outras coisas, estudava a vulnerabilidade das forças aéreas da OTAN ao ataque inimigo. Foi nesse estudo que surgiram multas de suas preocupações.
Segundo Ansoff, ele aprendeu que “a decisão racional é o vértice de uma pirâmide que descreve os processos graças aos quais as organizações movem-se e modíf icam-se”.
Embora tivesse obtido sucesso na Rand, Ansoff considerava-se fora do mundo prático e ingressou na Lockheed, aluando no setor de planejamento de longo prazo, onde permaneceu administrando estrategicamente sua divisão, mas sem um plano estratégico pessoal, o que o levou a decidir ser professor. Seis meses após a decisão, ingressou como docente na Escola de Pós-Graduação em Administração Industrial da Universidade Carnegie-Mellon.
Seu primeiro livro foi Corporate Straíegy, em 1965, uma obra com normas de planejamento minuciosas e sistemáticas. O livro foí bem aceito e em poucos anos traduzido para quatorze idiomas, mas o próprio Ansoff achou que seu principal conselho às empresas: maximizar pontos fortes e minimizar debilidades, tornava as organizações muito rígidas e impróprias para a época de turbulências.
Após seis anos de cátedra na Carnegie-Mellon, Ansoff foi convidado a ser o decano fundador da Escola de Pós-Graduação em Administração. Depois de estruturar a escola, prosseguiu com estudos sobre os problemas de estratégia. Entretanto, eram permanentes as alegações das empresas e de académicos de que o planejamento estratégico não contribuía para a lucratividade das empresas. Ele observou, então, que, à medida que as firmas se tornavam mais hábeis na formulação de estratégias, menos conseguiam concretizá-las em negócios, num movimento que ele chamou de “paralisia por análise”.
Ansoff e outros estudiosos da Universidade de Vander-bilt conduziram um estudo quadrienal para aferir se, quando a “paralisia por análise” era superada, as empresas obtinham aumento de lucros. O resultado da pesquisa transformou-se em seu segundo livro; Acquisition Behavior of US Manufacturing Firms, 1946-1965.
Estava provado que aquisições planejadas produziam desempenho financeiro maior do que as oportunidades aproveitadas sem planejamento. O resultado suscitou novas pesquisas e reflexões para Ansoff durante os quinze anos seguintes com o objetivo de descobrir as razões para a paralisia por análise e como eliminá-la.
Mas inicialmente, ele havia descoberto que o planejamento estratégico era incompleto para a mudança do gerenciamento. Em 1972, publicou o trabalho que lhe rendeu o título de “pai da administração estratégica”, Concept of Strategic Management. Nele, o autor mostrava a importância do planejamento estratégico como sustentáculo da administração estratégica, mas introduzia um outro: a possibilidade de a empresa converter o plano escrito em realidade.Mais tarde, em 1980, ele acrescentou o terceiro sustentáculo, que é a habilidade da organização de vencer a resistência à mudança.
Em 1973, com o patrocínio da IBM e da General Electric, ele organizou a Primeira Conferência Internacional sobre Administração Estratégica, que ocorreu na Universidade de Vanderbilt e resultou no seu terceiro livro, From Strategic Planning to Strategic Management. A essa altura, a escola atraía um crescente volume de alunos e merecia um igualmente crescente reconhecimento no mundo dos negócios, o que passou a ser motivo de divergências e críticas de outras unidades da universidade e resistência da comunidade empresarial de Nashville.
Por isso, ele pediu demissão e partiu para o European Institute for Advanced Studies in Management, em Bruxelas, sendo incumbido de formar professores e especialistas em administração estratégica. Quanto à pesquisa, prosseguiu com um esforço para a criação de uma teoria do comportamento estratégico que explicasse os tipos de comportamento que levavam ao sucesso e os que não eram bem-sucedidos. Assim, entre 1974 e 1979, desenvolveu a teoria que abrange não só empresas como outros tipos de organização.
O resultado foi o livro Straiegic Management publicado em 1979, onde o autor percebeu ser necessário incorporar conceitos da psicologia, da sociologia e da ciência política, para que se obtivesse uma perspectiva multidisciplinar de análise da realidade. Essa perspectiva holística foi pouco apreciada na época.
Em 1980, publicou um trabalho que contribuiu para a criação da administração estratégica prática: Strategic Issue Management. Em 1983, retornou com sua família aos EUA e tornou-se professor de administração estratégica da US International University (USIU).
Em 1984 publicou Implementing Strategic Management, e em 1985, uma reedição revista de seu livro Corporate Strategy foi lançada nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha.
Igor Ansoff foi o primeiro a contribuir com uma abordagem multidisciplinar para a teoria exploratória e para a instrumentação prática para ajudar as organizações a terem sucesso em épocas de turbulência. Foi um dos primeiros a apresentar provas científicas de que a solução depende das características do ambiente da organização e que cada uma deve diagnosticar seu ambiente futuro e conceber as soluções a partir disso.