Roubar sempre foi mais natural do que inovar. Uma idéia espantosa na qual prestamos pouca atenção.
Durante toda a história, a maneira de ficar rico foi uma só: roubar.
Comerciar era atividade de segunda categoria. Reis invadiam e tomavam o que não era deles, a riqueza não aumentava.Quem nascia pobre, ficava pobre até morrer. Era totalmente natural que fosse assim.
A idéia de que você pode enriquecer empreendendo (arriscando) é recentíssima na história humana. Não tem mais de 250 anos. Foi só então que se percebeu que o bolo da riqueza não era fixo, e que poderia crescer.
O empreendedorismo é uma idéia radical, e, como toda (boa) idéia radical, é contra-intuitiva. Pense em Galileu, Newton, Darwin, Einstein, Adam Smith. O intuitivo, o certo, o aceito, o normal, era roubar, parasitar, ser rentista.
Essa turma toda que condena a “falta de ética do mercado financeiro”, devia pedir mais capitalismo, não menos. Menos capitalismo empreendedor significa mais parasitismo (veja as grandes burocracias estatais).
De uma coisa você pode estar certo: o animal humano sempre vai querer riqueza, poder e prestígio. Sempre vai buscar isso, porque isso é , bem,..é da natureza humana.Como sexo.
O capitalismo empreendedor oferece a via “não-zero” para se obter isso, o resto só estimula a corrupção do rentismo.
Parasitismo era o que havia ANTES do capitalismo empreendedor.
Sistema financeiro não é sinônimo de capitalismo nem, muito menos, é sua forma mais sagrada. A forma mais sagrada é o capitalismo empreendedor.
Antes dele só os muito aventureiros corriam riscos (os navegadores) , mas ,lembre-se, faziam isso em busca de uma riqueza que já estava lá esperando alguém ir pegar.
Não estou dizendo que a busca de riqueza, poder e prestígio sejam bons; não estou dizendo que não precisam de controles e regulações, estou apenas dizendo que são parte da natureza humana.Ter coisas é a base do capitalismo.
Na sua coluna no Valor Econômico, semana passada , Marcio Pochmann lamenta mais uma vez a “cultura do ter” ..”originada no Fordismo americano a partir do início do século XX”. Ele escreve mal e não sei se entendo o que quer propor, mas se é a transformação do “ser humano” em alguma coisa “menos ambiciosa” ,que deixe de buscar riqueza, poder e prestígio, pode desistir.
É melhor partir das coisas como elas são, não como idealizamos que deveriam ser.
Fonte: www.ideiaseinovacao.globolog.com.br, Clemebte Nobrega